Chade: em Sarh, a solidariedade das mulheres faz recuar os flagelos das chuvas
No sul do Chade, em Sarh, os primeiros aguaceiros da estação não caem sem fazer soar o alarme.
Numa altura em que a maioria das pessoas se prepara para enfrentar os inconvenientes das inundações, um grupo de mulheres empenhadas está a optar por agir em vez de sofrer. Oriundas de diferentes meios sociais, estão a mobilizar-se através da organização comunitária Djraykinan, que significa "Vamos ajudar-nos uns aos outros" na língua local, para evitar os efeitos devastadores das chuvas no seu ambiente de vida.
Na madrugada do dia 24 de junho de 2025, muitos deles estavam munidos de vassouras, ancinhos, carrinhos de mão e luvas para desobstruir as ruas, desentupir as sarjetas e limpar as zonas de maior risco da cidade, nomeadamente em torno do mercado central e em certos bairros.
Todos unidos por um sentido de dever e pelo desejo de proteger a sua comunidade. "Não podemos ficar à espera que as autoridades façam tudo. Trata-se da nossa cidade, da nossa saúde, dos nossos filhos. Por isso, estamos a agir", diz Maïmounna Motbeyalbaye, comerciante e membro ativo de Djraykinan.
Estas mulheres não se limitaram a limpar; também sensibilizaram os habitantes, explicando-lhes os perigos de deitar lixo nas sarjetas e as consequências diretas para a saúde pública: estagnação da água, proliferação de mosquitos, malária, cólera, etc.
Sidothè Bételoum, representante do conselho municipal de Sarh, presente na operação, elogiou o carácter exemplar da ação: "São cidadãos exemplares. Ao defenderem a limpeza da sua cidade, estão a mostrar que a mudança começa a nível das bases. Estas acções merecem ser apoiadas e reproduzidas. "Através das suas acções concretas, estas mulheres estão a demonstrar que a limpeza e a resiliência urbana são uma responsabilidade partilhada.
Sarh pode contar com elas para não se afundar nas águas ou no lixo.
Fonte: www.alwihdainfo.com/