Chade/Malária no Chade: a sensibilização é a chave para salvar vidas

Publicado em 22/09/2025 | La rédaction

A malária continua a ser uma das principais causas de morte no Chade, sobretudo entre as crianças e as mulheres grávidas. De acordo com o Ministério da Saúde Pública, são registados milhares de casos todos os anos, o que coloca o sistema de saúde à prova. Perante este flagelo, as autoridades sanitárias e os seus parceiros apostam na sensibilização e na prevenção de base comunitária como principais alavancas.

"A luta contra a malária não se resume ao tratamento dos doentes. Começa com a informação e a prevenção", explica o Dr. Mahamat Ousmane, médico do Programa Nacional de Controlo da Malária (PNLP). "Quando as pessoas compreendem a importância da utilização de redes mosquiteiras e da limpeza do seu ambiente, o número de casos diminui consideravelmente. "


Nos bairros periféricos de N'Djamena, as campanhas comunitárias estão a multiplicar-se. A enfermeira Hapsita Adam, que está fortemente envolvida nestas iniciativas, sublinha a importância da educação sanitária: "Vamos de casa em casa para explicar às famílias que o paludismo não é inevitável. Muitas pessoas ainda pensam que é uma doença inevitável ligada à estação das chuvas. Mostramos-lhes que dormir debaixo de uma rede mosquiteira impregnada, tapar os recipientes com água e consultar rapidamente um centro de saúde pode salvar vidas. "
Ao mesmo tempo, equipas de profissionais de saúde pulverizam regularmente as casas e as zonas de risco. Esta operação, designada localmente por "bombagem", destina-se a destruir os locais de reprodução e a reduzir a presença de mosquitos vectores. "A pulverização é uma medida complementar à distribuição de redes mosquiteiras. Ajuda a reduzir a densidade dos mosquitos, nomeadamente durante a estação das chuvas", sublinha um agente de saúde.


Os líderes religiosos e tradicionais também participam na sensibilização. "Quando o imã ou o chefe do bairro fala da malária, as pessoas ouvem e seguem os seus conselhos", diz Amina Djibrine, voluntária de uma ONG local.


Apesar destes progressos, subsistem alguns obstáculos: falta de redes mosquiteiras em algumas zonas remotas, recurso frequente a remédios tradicionais e consultas tardias, que por vezes conduzem a complicações fatais. Conscientes destas realidades, os actores da saúde pública apelam a um esforço ainda maior de sensibilização, nomeadamente através das rádios comunitárias e das redes sociais. "A malária pode ser prevenida e curada. Mas para ganhar esta batalha, cada um deve assumir a responsabilidade pela sua própria proteção", diz o Dr. Ousmane.

Estratégias e acções recentes


Foram postas em prática medidas de grande escala para combater o flagelo:

  • Em março de 2025, foi lançada uma grande campanha nacional que combina a distribuição de redes mosquiteiras impregnadas, a sensibilização e a melhoria do diagnóstico e do tratamento.
  • Em abril de 2025, no Dia Mundial da Malária, o Ministério da Saúde reafirmou o objetivo de eliminar a doença até 2030.
  • Em maio de 2025, foram organizados vários seminários de formação para melhorar as competências dos profissionais de saúde e introduzir o Tratamento Preventivo Intermitente (TPI) baseado na comunidade, destinado principalmente às mulheres grávidas.

Com a estação das chuvas em pleno andamento, a combinação de acções de sensibilização, distribuição de redes mosquiteiras, campanhas de pulverização e novas estratégias de saúde continua a ser uma ferramenta essencial para salvar vidas e aliviar o fardo da malária nas famílias chadianas.

Fonte: www.alwihdainfo.com/


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