Congo/ Género: Mervely Mbongo sensibiliza para a violência contra as raparigas
A campanha de sensibilização para a violência contra as mulheres, iniciada por Mervely Mbongo, estudante de direito privado e de investigação fundamental na Universidade Marien-Ngouabi, decorreu sob o tema "O papel e o lugar das raparigas na eliminação da violência" nas escolas privadas dos bairros 6, Talangaï, e 5, Ouenzé.
A estudante Mervely Mbongo informou as alunas de vários complexos escolares privados sobre as formas de violência contra as mulheres no ambiente escolar, académico e doméstico, incluindo a violência física, moral, psicológica e sexual. Baseou esta ação de sensibilização na lei Mouebara sobre o combate à violência contra as mulheres na República do Congo. A violência, explicou, tem consequências nefastas. Pode afetar o desenvolvimento educativo, social e psicológico das mulheres.
Referindo-se ao relatório da UNICEF, Mervely Mbongo observou que mais de sete em cada dez alunos no Congo são objeto de violência nas escolas, nos bairros e nas redes sociais. Outras estatísticas mostram que, em 2020, oito em cada dez raparigas e sete em cada dez rapazes com idades compreendidas entre os 10 e os 18 anos afirmaram ter sido vítimas de violência verbal ou psicológica na escola, disse Mervely Mbongo.
Explicando a sua motivação, disse: "Foi o meu sentido de compromisso que me levou a levar a cabo esta campanha, porque vejo que a violência contra as raparigas e as mulheres na República do Congo está a tornar-se cada vez mais recorrente. Acredito que quando se trata de violência, uma voz não é suficiente. Quanto mais falarmos sobre o assunto, mais seremos capazes de viver numa sociedade com zero violência, e cada um de nós deve envolver-se".
Ela também vê a campanha como uma forma de encorajar as jovens a reconhecerem que a violência afecta todas as mulheres. "Há raparigas que pensam que não estão preocupadas, mas quando olhamos para a lei Mouebara, percebemos que todas as categorias de mulheres são vítimas e, infelizmente, poucas raparigas estão desinformadas. É também uma forma de as fazer sair da ignorância sobre as várias formas de violência", explicou Mervely Mbongo.
No final de dezasseis dias de ativismo para combater a violência contra as jovens nas escolas públicas de Brazzaville, Mervely Mbongo recebeu encorajamento e uma resposta positiva.
Para além das escolas de Talangaï e Ouenzé, Mervely Mbongo pretende continuar a sua luta noutras escolas de Brazzaville e do interior do Congo.
fonte: www.adiac-congo.com/